Recebi este texto do Dr Fabio Pegoretti, Pediatra e Pneumologista há 12 em Alphaville e achei importante compartilhar, pois esclarece muito sobre a obesidade infantil.
 
– Os principais fatores que causam obesidade infantil são sedentarismo e a má alimentação? Algum outro?
R: O rápido aumento da obesidade infantil nas ultimas décadas está relacionado às mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares. Houve um aumento do consumo de alimentos calóricos (carboidratos e gorduras), associado a mudanças dos hábitos das crianças, que muitas vezes não mantém um gasto energético regular. Tornam-se cada vez mais sedentárias com excesso de TVs, videogames e computadores, reduzindo as oportunidades de fazer atividades físicas com liberdade, ao ar livre, brincadeiras de criança e atividades esportivas.
– Além destes, podemos citar algo no campo “psicológico”, ou seja,  podemos dizer que a ansiedade é um dos fatores que causa obesidade?
R: Não se deve ligar diretamente ansiedade com aumento de peso, porque existem crianças que reagem à ansiedade tanto com aumento quanto com redução da alimentação.  A ansiedade pode trazer um hábito de super-alimentação, que dependendo dos hábitos dessa criança, levaria a obesidade.
Dentre diversos fatores do nosso cotidiano, as inseguranças, as diferentes formas de violência, as rotinas estressantes de tarefas e problemas nas relações familiares podem levar a criança a um quadro de ansiedade.
– Quais os riscos médicos em crianças obesas?
– Quais os riscos da obesidade no desenvolvimento da criança?
R: Crianças obesas tem grande probabilidade de se tornarem adultos obesos. Dessa maneira, estarão mais vulneráveis às doenças que afetam esses pacientes, como hipertensão, diabetes e dislipidemas na idade adulta.
Os problemas ortopédicos podem ocorrem mesmo na infância, como sobrecargas das articulações, artroses, alterações nos joelhos, pés chatos, escolioses, etc.
– Quais os riscos sociais para estas crianças (bullying, por exemplo)?
R: Alterações psicossociais se tornam relevantes no mundo de uma criança obesa. Dificuldade de interagir com outras crianças, pela menor capacidade de realizar atividades físicas, muitas vezes são deixadas de lado pelas outras numa atividade coletiva. Podem ocorrer ansiedade, depressão, baixa-estima e queda no rendimento escolar, que devem ser precocemente identificados pelos pais e educadores.
Tendem a ficar mais fechados em atividades sedentárias, criando um círculo vicioso que não melhora até uma intervenção bem elaborada.
Filhos de pais não obesos tem uma chance de apenas 9% de serem obesos. Quando um dos pais é obeso essa chance é de 50%, e com ambos os pais obesos, é 80% .
A sociedade tem que intervir nesse problema, criando condições para que esses casos consigam uma melhoria nas rotinas de atividades fisicas, orientação psicológica e educação alimentar para a família, pois esta deve entender que não se trata de uma criança obesa, mas sim de uma família que tem uma criança obesa, e que precisa de mudanças.

Dr Fabio Pegoretti –  CRM SP93873

Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo – USP
Pediatria e Pneumologia Pediátrica pelo ICR HC FMUSP
Atende no Hospital Albert Einstein – Tel: (11) 4208-8600


SE VOCÊ GOSTOU DESTE POST, CADASTRE-SE PARA ACOMPANHAR O BLOG  POR EMAIL NO LINK AO LADO DESTE POST
OU CLIQUE CURTIR NO FACEBOOK NA FAN PAGE ABAIXO, PARA LER NOTÍCIAS NA SUA PÁGINA: www.facebook.com/nutricionista.alinelamarco
 
Instagram: @nutri.aline